quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

MEC quer dar acesso ao livro digital até 2015


Edital de livros que serão distribuídos em 2015 pelo Programa Nacional do Livro Didático admite a inscrição de obras multimídia.


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menina lendo e-book
E-book: a falta de interesse pela leitura faz com que alunos não frequentem bibliotecas de escolas.
São Paulo - Em 2013, a estudante Beatriz Aguiar ingressou no 1º ano do ensino médio em uma escola particular de Brasília. Além de todas as mudanças já esperadas para o período, mais uma: o material escolar agora não ocupa mais do que o espaço de um tablet na mochila.
Por quatro parcelas de R$ 277 ela comprou as obras que serão usadas e atualizadas durante o período letivo. O Ministério da Educação (MEC), planeja, para os próximos anos, dar acesso a esse material aos alunos da rede pública.
Consta no edital para os livros a serem distribuídas em 2015 pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) a inscrição de obras multimídia, que reúnam livro impresso e digital. Eles deverão ter vídeos, áudios, animações, infográficos, mapas interativos, páginas da web e outros objetos que complementarão as informações contidas nos textos escritos. "Além de termos acesso aos textos, temos outros recursos para ajudar no aprendizado, eu estou gostando muito", diz Beatriz. Nesta quarta-feira é comemorado o Dia Nacional do Livro Didático.
Segundo a pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Priscilla Tavares, "avaliações do ensino reportam que os alunos não frequentam a biblioteca por falta de interesse pela leitura. Por outro lado, além de atrair, essas obras têm alcance restrito: o aluno, em casa, pode não ter computador ou internet". Dados do Ibope Media mostram que no terceiro trimestre de 2012, 94,2 milhões de brasileiros, menos da metade (47,5%), tinham acesso à internet.
Priscilla afirma também que os meios digitais podem ajudar no desempenho dos estudantes ou atrapalhar. Um estudo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) de 2007 concluiu que as escolas com acesso à internet têm maior eficiência, que se reflete no desempenho dos estudantes. O mesmo estudo mostrou que os laboratórios podem ser mal utilizados, levando ao pior desempenho por "alocar equivocadamente" o tempo dos estudantes. "Os alunos estão adaptados, têm maior convívio com os meios digitais, mas muitos professores não têm esse conhecimento. O recurso audiovisual é bom quando se sabe usar", diz a pesquisadora.
Tablets
Para melhorar o acesso, o MEC já distribuiu 382.317 tablets. A meta é chegar a 600 mil até o final deste ano. Na primeira etapa, os equipamentos serão destinados a professores de escolas de ensino médio. Apenas o Amapá e o Maranhão não aderiram ao programa. Estão previstos conteúdos de domínio público, outros disponibilizados pelo MEC e pela Khan Academy. Por ano, o ministério investe cerca de R$ 1 bilhão pelo PNLD.
De acordo com o presidente Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), o setor busca o aperfeiçoamento na área para atender à demanda cada vez maior. Ele explica, no entanto, que os preços não devem sofrer muitas alterações: "É possível que fique mais barato com a eliminação da cadeia de custo do papel. No entanto, surge outra cadeia, que envolve hospedar a obra em algum servidor para acessá-la pela internet entre outros. No fim, trocam-se alguns custos por outros".
O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara defende um modelo já adotado nos Estados Unidos, o chamado Recursos Educacionais Abertos (REA), por meio do qual o governo compra os direitos autorais das obras. Isso permitiria que os professores tivessem acesso facilitado não apenas a uma obra por disciplina (como ocorre pelo PNLD), mas a todas as disponibilizadas pelo MEC. "O professor pode usar 20, 30 obras, variando em cada aula como achar melhor". O REA consta no Projeto de Lei 1513/2011, em tramitação na Câmara dos Deputados. A Abrelivros adianta que caso o modelo passe a vigorar, deverá ser cobrado um valor adequado à disponibilização do conteúdo. Com informações da Agência Brasil.
Fonte: 

Como despertar na criança o interesse pela leitura

A leitura não é apenas uma das ferramentas mais importantes para o estudo e o trabalho, é também um dos grandes prazeres da vida. Num mundo onde cada vez mais os meios de comunicação dominam o interesse das novas gerações, os pais freqüentemente se preocupam em criar nas crianças hábitos de leitura.
As bibliotecas desempenham um papel importante no interesse das crianças pela leitura. (Maurilo Clareto/AE)


O ensino da leitura para crianças pequenas tem sido um tema polêmico. Alguns professores entendem que os ensinamentos domésticos podem interferir nos sistemas escolares. Sem dúvida, hoje está plenamente aceito o fato de que pais e professores dividem a responsabilidade pela educação. De maneira nenhuma se pretende que os pais cumpram a função dos professores, porque não têm a capacitação necessária para ensinar a seus filhos as técnicas básicas. O resultado poderia confundir a criança, que não saberia bem que instruções seguir e isso a faria sentir-se tensa e resistente à leitura. Temos que lembrar que a tensão e o nervosismo são inimigos da aprendizagem. Primeiro passo - Algumas crianças demostram resistência a leitura. Nesse caso, os pais devem investigar se existe alguma razão especial que motivou esse comportamento. A criança é inquieta demais e tem dificuldade para se concentrar? Rebela-se contra o que considera uma ampliação de suas tarefas escolares? Recebeu na escola a preparação necessária? Os pais demonstram suficiente interesse pela leitura? A criança resiste a ler qualquer livro ou demonstra interesse por algum tipo de leitura? A criança tem algum problema emocional? Determinar a origem do problema será o primeiro passo para resolvê-lo.
Os primeiros livros - É aconselhável dar ao pequeno leitor livros simples e curtos. As crianças que são resistentes à leitura costumam contar as páginas de um livro e desanimam ao pensar que a leitura pode lhes tomar muito tempo. Os livros ilustrados ajudam muito a atrair o interesse imediato da criança. Livros com pouco texto, de preferência com letras grandes, e uma grande quantidade de ilustrações são ideais para que as crianças se iniciem na leitura. Geralmente, as crianças preferem livros com poucas narrativas e muitos diálogos. Nesse sentido, os livros de aventura, em que há muita ação, são mais adequados. Algumas histórias de detetives são também muito indicadas porque se parecem com alguns programas de televisão familiares à criança.

Bibliotecas e feiras de livros - As bibliotecas desempenham um papel importante no interesse das crianças pela leitura. Em alguns países, as bibliotecas têm grandes seções dedicadas a literatura infantil, com móveis especialmente desenhados e estantes com altura adequada, permitindo que as crianças escolham livremente o livro que desejam. Em outros países, as bibliotecas não contam com as mesmas facilidades e dificilmente uma criança se sentirá motivada a ler. Apesar disso, é importante que as crianças saibam para que serve uma biblioteca e, se possível, que estejam inscritas numa biblioteca próxima de casa.
Com as livrarias acontece algo parecido. Existem muito poucas dedicadas à literatura infantil e as grandes livrarias, muito freqüentadas pelos adultos, têm uma seção muito pequena dedicada às crianças, ou simplesmente não têm nenhuma. No entanto, as feiras de livros infantis são bem aceitas pelo público. A visita a uma dessas feiras motivará a criança a estabelecer uma boa relação com os livros, que será mantida durante toda a sua vida. Oficinas e palestras costumam ser atrações especiais nesse tipo de feira que também expõem os catálogos completos das editoras que publicam livros infantis e das novidades editoriais neste campo.
É possível conseguir bons livros infantis em edições relativamente baratas. Pode-se comprar uma certa quantidade de livros em edições simples, ou comprar um número menor de livros em edições caras e primorosas. É impossível comprar todos livros que as crianças querem, mas é possível ensinar-lhes a escolher quais são os mais importantes e interessantes.
Ajude seu filho a formar sua própria biblioteca - É uma boa idéia estimular as crianças a formarem suas próprias bibliotecas - que podem ser compartilhadas com seus irmãos e amigos - e a colaborar, sempre que possível, com a biblioteca da escola. Comentar uma determinada leitura com outras crianças pode ser uma atividade interessante, da qual podem surgir novos interesses que levem, por sua vez, a novas leituras.
Alguns pais acham positivo ler os mesmos livros que seus filhos e comentá-los com eles. Isso não apenas estimula a criança a ler, como também estimula a comunicação entre pais e filhos.
Procure fazer com que a criança acumule experiências que a motivem a ler - Ajudar a criança a acumular experiências relacionadas à leitura a motivará a seguir em frente. Se, num programa de televisão, um livro famoso é mencionado, por exemplo, A pequena sereia, seria interessante dar-lhe de presente esse livro de Hans Christian Andersen.
Devemos nos lembrar que não existem apenas livros de literatura. É importante que a criança conheça, desde pequena, a variedade de gêneros disponíveis. Alguns livros de história para crianças (sobre os egípcios, os gregos e os romanos, por exemplo) podem ser muito didáticos - se elaborados com parágrafos curtos e muito bem ilustrados. O mesmo acontece com alguns livros sobre ciência, que incluem experiências ou atividades. Esse tipo de leitura pode despertar o interesse das crianças por assuntos antes desconhecidos e que podem ser aproveitados na escola.
Alguns livros de histórias sugerem aos pais atividades para serem desenvolvidas com os filhos quando terminar a leitura. Pode-se, por exemplo, fazer um passeio no qual a criança anote as formas que vê e as cores da natureza. Pode vir uma receita típica de algum país, alguma experiência científica simples etc. Tudo isso motivará a criança a ler mais, para depois dedicar-se às atividades relacionadas com as experiências que fez.
Leia para seu filho - A leitura em voz alta pode ser muito importante para motivar seu filho. Além disso, é uma oportunidade para que a criança saiba o que você considera benéfico ou importante. Pode-se ler com ela, por exemplo, uma versão do Dom Quixotepara crianças, histórias de aventuras ou lendas de sua cidade ou país. Qualquer assunto pode ser bom para que você e seu filho passem alguns momentos juntos. Talvez a hora mais adequada para ler para ele seja antes de deitar-se. É importante respeitar o horário escolhido para formar o hábito. Se houver filhos de várias idades, é uma boa idéia escolher livros sobre mitos e lendas, ou talvez algum livro de aventuras, como os de Júlio Verne. Embora seja aconselhável que os pais escolham os livros, não se deve forçar as crianças a lerem o que não querem. Algumas crianças, desde cedo, se sentem inclinadas a ler autores clássicos, embora em adaptações infantis, ao passo que outras resistem a esse tipo de livros. O importante é que a criança adquira o hábito da leitura. Deve-se respeitar a personalidade e os gostos da criança. Não é bom criticar as preferências das crianças em matéria de livros. É importante lembrar que nem todas as crianças têm o mesmo grau de maturidade, a mesma disposição ou o mesmo grau de sensibilidade e de interesses. Posteriormente, será mais fácil orientá-la para que aprecie uma boa leitura. É tarefa dos pais e professores fazer com que as crianças tenham, ao alcance da mão, livros de boa qualidade, de maneira que possam se acostumar à boa literatura. Uma vez que a criança tenha desenvolvido o interesse pela leitura, é pouco provável que o perca, especialmente se tiver adquirido desde cedo o hábito de ler. Embora desenvolva outros interesses e algumas vezes não tenha muito tempo para ler, cedo ou tarde a criança retomará o hábito da leitura.
É importante que os pais participem com as crianças e, principalmente, que lhes dêem o exemplo. As crianças cujos pais lêem certamente também o farão. Uma boa idéia é dar livros de presente no Natal e nos aniversários e possuir uma biblioteca aberta a todos os membros da família. Há uma grande diferença entre ler porque a leitura é obrigatória para o estudo e ler por prazer ou educação. É importante estimular a leitura na criança como uma experiência valiosa e prazerosa. Isso será uma grande fonte de satisfação tanto para as crianças quanto para os adultos que as acompanharem nesta aventura.
Pesquisas Barsa

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Primeira Reunião de Diretoria da Câmara Catarinense do Livro, em 2013





Reunião de Diretoria da Câmara Catarinense do Livro, realizada no dia 20 de fevereiro de 2013.

Membros presentes: Irene Rios da Silva - Presidente, Rosane Salete Strapasson – Vice-Presidente, Rosangela Cassia Leszkiewicz – 1ª Secretária, Jakson Luiz Collaço – 2º Secretário, José Vilmar da Silva – Diretor Social e Deolindo da Cruz Alves – Presidente do Conselho Fiscal. 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Floripa Letrada volta a funcionar



Floripa Letrada é uma iniciativa para estimular a leitura dos usuários de ônibus
Os passageiros do transporte coletivo de Florianópolis já podem voltar a ler livros e revistas no Terminal de Ônibus do Centro (TICEN). Após o recesso escolar, o Floripa Letrada voltou a receber os materiais.

Toda segunda, quarta e sexta-feira, no período da tarde, as estantes das plataformas recebem obras doadas pela população, entidades públicas e privadas. No mês de março, o projeto será retomado nos terminais da Trindade, Canasvieiras e do Rio Tavares. A característica do Floripa Letrada é a de fornecer gratuitamente publicações aos usuários de ônibus. A iniciativa é das Secretarias Municipais de Educação e de Transporte, com o apoio da Cotisa, que é a companhia operadora de terminais de ônibus, e do Setuf, Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros.

"Um estímulo à leitura. É isto que o Floripa Letrada provoca na população", assinala o Secretário de Educação Rodolfo Joaquim Pinto da Luz. "É uma das formas mais democráticas das pessoas terem acesso a algum tipo de obra, ter gosto pela leitura ou aumentar a frequência de leitura”. Para a socióloga Rosania Tomaz, que está na coordenação das atividades, o projeto valoriza e difunde o livro. “Além disso, impulsiona a participação da sociedade na formação humana”, complementa.


Desde agosto de 2010, quando foi implantado, já foram distribuídas 535 mil publicações: 368 mil livros e 167 mil revistas. As instituições de ensino são as grandes parceiras da prefeitura na doação de material. O destaque fica por conta da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Universidade do Vale do Itajaí (Univali),  Assesc-Associação de Ensino Superior,  e Única- Centro de Educação Superior .

Parceiras

A Secretaria de Educação irá firmar convênios com setores que queiram integrar o projeto. O Tribunal de Justiça de Santa Catarina e o Cepon, Centro de Pesquisas Oncológicas, estão na lista. A prefeitura fornece os livros arrecadados e as entidades montam as estantes. 

Novo endereço

Quem quiser fazer doações deve se dirigir para outro endereço. Ao invés da sede da prefeitura, na Rua Conselheiro Mafra, os interessados deverão procurar o Centro de Educação Continuada da Secretaria de Educação: Rua Ferreira Lima, 82, Centro.  Mais informações pelos telefones 2106-5900 e 9956-2350.

Fonte: http://www.portalmakingof.com.br/comunicacao/floripa_letrada_volta_a_funcionar.html - Acesso em 22/02/2013

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Campanha “Doe um livro” faz sucesso no Twitter


Nascida no Twitter, a campanha #doeumlivro quer bater novo recorde e arrecadar 250 mil livros neste ano, em sua quarta edição. Nos três primeiros anos, o projeto recebeu cerca de 575,5 mil livros, sendo 215 mil na última edição, em 2011. A ideia surgiu quando tuiteiros passaram a incentivar outros usuários da rede social a doarem livros no final do ano.” A #doeumlivro mais uma vez é exemplo de como as redes sociais que se formam no Twitter podem extrapolar os limites da dimensão virtual, ganhar as ruas das cidades, fazer a diferença e transformar a realidade”, afirma José Luiz Goldfarb, diretor de divulgação da campanha.
As obras arrecadadas serão distribuídas em comunidades carentes, além de bibliotecas públicas e escolas. Os locais de coletas podem ser encontrados no site da campanha: doeumlivrononatal.blogspot.com.br (ou, para a campanha via Twitter, @doeumlivro). A campanha está em 320 cidades dos seguintes Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Que tal ler um bom livro neste final de semana?



(Foto: Divulgação)
Desculpas como “não temos onde emprestar livro”, não podem ser usadas pelos moradores de Jaraguá do Sul para justificar a falta de leitura. Além dos exemplares disponíveis para empréstimo na Biblioteca Pública Municipal Rui Barbosa, o que  muitas pessoas não sabem, é que biblioteca da faculdade Católica de Santa Catarina também é aberta ao público e disponibiliza livros para o empréstimo.
A Biblioteca Padre Elemar Scheid pode ser utilizada pelos acadêmicos, professores, funcionários da instituição e moradores da cidade. O acervo conta com cerca de 8 mil exemplares, entre livros de literatura e biografias. Os interessados podem usar o ambiente da biblioteca para fazer as leituras e pesquisas. 
Para fazer o empréstimo os interessados devem fazer um cadastro. Para isso é necessário apresentar cópia do RG, CPF, comprovante de residência atual e uma foto 3x4 na biblioteca, que fica localizada na rua dos Imigrantes, no bairro Bairro Rau.
A biblioteca funciona de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 22h30. Nos sábados ela atende das 8 às 13 horas.
Mais informações pelo telefone 3275-8225.
Serviço:
Biblioteca Padre Elemar Scheid - Faculdade Católica de Santa Catarina
Endereço: rua dos Imigrantes, no bairro Bairro Rau em Jaraguá do Sul
Horário de atendimento: Segunda a sexta-feira, das 7h30 às 22h30. No sábado, das 8 às 13 horas.
Fonte: 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Como nascem os livros

Em Ficcionais, escritores revelam os bastidores da criação de uma obra literária e contam como construíram suas histórias 

O processo de criação dos escritores, em regra, é um mistério para os leitores. Mesmo que alguns até deixem algumas pistas, quem manuseia o livro pronto não sabe como nasceu a ideia que virou texto ou quanto da ficção é a realidade do autor ou de alguém próximo a ele. Nem sabe, por exemplo, que o escritor quase abandonou o livro porque teve um bloqueio criativo, que o nome da personagem é o de uma amiga do autor ou quantas revisões foram necessárias até a prova final.

No livro Ficcionais – Escritores Revelam o Ato de Forjar Seus Mundos, esse universo desconhecido é, em parte, revelado. Trinta e dois autores relevantes da prosa, poesia e tradução contemporâneas contam a partir de qual barro construíram suas ficções e textos.

O livro foi lançado em comemoração aos cinco anos do Suplemento Pernambuco, uma revista literária publicada pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe).

Nela, equivalente ao paranaense Cândido, foram publicadas as crônicas em que escritores como Bernardo Carvalho, Eliane Brum, Daniel Galera, Michel Laub, Marcelino Freire e Luiz Henrique Pellanda revelam o processo de escrita de um livro específico.

– É uma espécie de 3x4 do momento de criação. Todo mês peço a um autor para escrever sobre seu processo, de uma maneira bastante livre, mas sempre com a primeira pessoa como guia – explica o organizador do livro e editor pernambucano Schneider Carpegiani.

Para ele, o livro é, no fundo, um “pequeno manifesto contra esse estatuto bobo que é a verdade”.

– Vivemos num mundo em que a performance da verdade é o que importa, com os reality shows e as redes sociais. O problema é que as pessoas esquecem que tudo é performance – disse.

Schneider conta que, em princípio, achou que o livro seria especialmente usado por estudantes ou “para quem está interessado em flagrar esse tal de zero grau da escrita”. Ao reler textos para organizar o livro, percebeu mérito maior em reunir os nomes na ativa, com destaque na cena nacional, para fazer “ficção sobre escrever ficção”.

– Você pode ler o livro para entender a ficção; eu leio porque acredito que tudo é ficção.

Mar castanho

Alguns dos autores narram aspectos mais práticos de sua escrita – curioso notar em quão alta conta alguns deles colocam o próprio trabalho. Outros, como Pellanda, preferem as circunstâncias metafísicas e geográficas de sua criação.

Ele conta que escreveu os contos de O Macaco Orna­mental (Bertrand Brasil, 2009) ilhado pelas “marolas sujas e castanhas” do litoral paranense e acossado por um sentimento – comum aos conterrâneos – “de querer atirar-se ao mar, ganhar novos mundos”, mas confinado a “uma torre erigida sobre as bases de um ambíguo sentimento de permanência”.

Sandro Moser / Agência Gazeta do Povo

O valor da leitura na infância

Artigo de Valéria Riccomini, psicóloga, especializada em Gestão do Conhecimento e diretora da Fundação Itaú Social.

Uma pesquisa realizada pela Fundação Itaú Social em parceria com o Instituto Datafolha avaliou a percepção dos brasileiros em relação à importância da leitura feita para crianças. O levantamento indicou que para 96% dos entrevistados incentivar crianças de até cinco anos a ler é muito importante, pois o hábito desperta a curiosidade, contribui para o desenvolvimento intelectual e cultural (54%), além da formação educacional (36%).

Apesar desta crença, na prática, menos da metade (37%) dos adultos lê para os pequenos. Responderam que não tiveram quem lesse para eles durante a infância 60% dos entrevistados. Uma hipótese é que por não terem desenvolvido o apreço pela leitura em seus primeiros anos, não se sentem motivados a replicar o papel de formar leitores. A discrepância entre a realidade e o desejado fica evidente quando verificamos os dados da última pesquisa realizada pelo Instituto Pró-livro, que revelou que lemos espontaneamente pouco mais de um livro por ano.
O levantamento realizado pelo Datafolha identificou também que a família é a principal responsável pela introdução da leitura no mundo da criança. Trata-se de um estímulo essencial, pois a valorização do livro é feita de forma diferente da escola, promovendo a troca de experiências entre pais e filhos. Além disso, favorece o acesso à cultura e ao lazer, promove a convivência familiar e comunitária, envolve o adulto no processo educativo e contribui para a garantia desses diretos, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Nas classes com maior poder aquisitivo e mais anos de estudos, a mãe (95%) e o pai (93%) são os principais incentivadores, enquanto nas famílias vulneráveis economicamente a responsabilidade recai especialmente sobre o professor (40%), que muitas vezes não dispõe de infraestrutura adequada para promover ações de leitura. Segundo o Censo Escolar de 2011, do Ministério da Educação, a inexistência de bibliotecas ainda é realidade para 15 milhões de alunos.

O cenário demonstra a necessidade de cada vez mais investir em políticas que mobilizem as comunidades, garantam equipamentos públicos de qualidade e respeitem as características regionais, como vem fazendo o Programa Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Mais de um milhão de famílias já foram beneficiadas pelo projeto por meio da instalação de acervos em comunidades rurais e da capacitação de mediadores de leitura.

Outra proposta interessante é a do Instituto Ecofuturo, que há dez anos implanta bibliotecas comunitárias Brasil afora por meio do Projeto Biblioteca Comunitária Ler é Preciso.

Iniciativas como essas podem tornar o hábito de ler para as crianças uma realidade em todo o país. O desafio é garantir a soma de esforços e os investimentos necessários para que todos tenham acesso a livros de literatura, recebam o estímulo para tornarem-se leitores e entendam o valor da leitura para a formação integral de crianças, adolescentes e jovens.  

Fonte: 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Toma posse a nova diretoria da Câmara Catarinense do Livro



A nova diretoria da Câmara Catarinense do Livro (CCL), para o triênio 2013-2015, tomou posse na última quinta-feira (10). 

Assumiu como presidente da CCL a professora, escritora e palestrante  Irene Rios, da Ilha Mágica Editora, Livraria, e Distribuidora, de São José e, como vice, a empresária Rosane Salete Strapasson, da RID Livrarias, de Balneário Comboriu.

O demais membros da diretoria são:

1ª Secretária: Rosangela Cassia Leszkiewicz – Funcionária da Câmara Catarinense do Livro

2º Secretário: Jakson Luiz Collaço - Escritor

1º Tesoureiro: Ana da Cunha Pereira – Livros e Cia.

2º Tesoureiro: Manuella Bahls - Editora Vozes Ltda.

Diretor Social: José Vilmar da Silva – Ilha Mágica Editora, Livraria e Distribuidora.

A eleição ocorreu no dia 19 de dezembro de 2012.

Currículo
A nova Presidente da Câmara Catarinense do Livro, Irene Rios, é professora graduada em Letras – Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa - pela UFSC (1993); Especialista em Metodologia de Ensino, pela Universidade do Sul de Santa Catarina e em Meio Ambiente, Gestão e Segurança de Trânsito, pela Estácio de Sá; Mestranda em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí; É professora universitária, tendo lecionado na UNIVALI (Itajaí – SC), CEAT (São Paulo), Cesumar (Maringá – PR), Dom Bosco (Joinville - SC) e UNINTER (Francisco Beltrão – PR); É autora de 8 livros nas áreas de Educação para o Trânsito e de autoconhecimento.